História

                                     

O povoamento do município de Ibiraçu começou em 1877, com o assentamento dos imigrantes italianos que chegaram no segundo semestre daquele ano. Vieram para o Brasil em três navios: Columbia, Isabela e Clementina. Esses vapores chegaram, respectivamente, em agosto, setembro e outubro, trazendo cerca de 330 famílias. A maioria desses imigrantes veio das regiões italianas da Lombardia e do Vêneto. No assentamento, havia um local reservado para uma área urbana, que deu origem a um povoado e posteriormente à cidade.

No final desse mesmo ano de 1877, chegaram também cerca de 50 famílias vindas do Nordeste do Brasil, a maioria do Ceará, fugidos de uma das maiores secas de todos os tempos que assolou aquela região. Esses brasileiros nordestinos foram assentados nas mesmas condições dos italianos.

Com o assentamento desses nossos antepassados e o início da produção de café, o lugarejo começou a prosperar. Os italianos tinham uma forte cultura de trabalho. Eram camponeses pobres acostumados à produção de alimentos e sobrevivência em pequenos pedaços de terras.

Logo o lugar alcançou sua emancipação política, sendo criado o município novo, desmembrado do território do antigo município de Santa Cruz. Foi instituído o município de Guaraná, em 11 de setembro de 1891, pela lei estadual nº 23. O nome foi dado em homenagem ao Doutor Aristides Armínio Guaraná, ex-combatente da Guerra do Paraguai, engenheiro, industrial,  político atuante no Espírito Santo, que havia sido o diretor da Colônia Santa Leopoldina e foi o responsável pelo assentamento que deu origem à cidade.

Por falar em nome, nossa cidade teve muitos. No período entre a Proclamação da República e a emancipação do município, pouco mais de dois anos, tivemos quatro nomes diferentes. Antes do advento da república, nos chamávamos Conde D’Eu. Em seguida, viramos Bocaiuva, com a emancipação, Guaraná e, alguns meses depois, Pau Gigante.

Pau Gigante foi nome da nossa cidade e do nosso município de março de 1892 até o último dia de 1943. A partir daí, ganhamos o nome que temos hoje, Ibiraçu, que significa árvore grande na língua guarani. Existem várias explicações para a adoção desses nomes. Alguns falam em uma lendária árvore que caiu sobre um rio e serviu, durante anos, como ponte. Outros falam de uma também lendária árvore no norte do município, próxima a Acioli. Há ainda o relato que essa imensa árvore ficava onde hoje é o centro da cidade. Defendemos a ideia de que pau gigante era o nome dado pelo povo da época à espécie Cairiniana legalis, hoje chamada de jequitibá-rosa. Nossas matas, ricas em madeiras, tinham abundância dessa espécie e acreditamos ser a origem do nome.

Em 17 de outubro de 1900, nove anos após a emancipação, foi criada no território do nosso município a Paróquia de São Marcos, por decreto do primeiro bispo do Espírito Santo, Dom João Batista Nery.

Em 1905, nosso isolado município foi atravessado pelos trilhos da Estrada de Ferro Vitória a Diamantina, nos ligando à capital Vitória em poucas horas. Antes o nosso povo tinha que ir a pé, de navio ou a cavalo, dando a volta por Santa Cruz, em viagens que poderiam durar vários dias. Em 15 de maio de 1905 foram inauguradas as estações de Pendanga e Lauro Muller (situada em Pau Gigante). Logo depois, mais três estações foram construídas no município, João Neiva, Cavalinho e Acioli. Junto aos trens, também chegaram a rapidez do correio e do telégrafo.

Em novembro de 1910, ganhamos a presença da justiça. Foi criada pela Lei-Estadual nº 659, de 7 de novembro daquele ano, a Comarca de Santa Júlia (não conhecemos a origem desse nome). O território da nova comarca abrangia os municípios de Pau Gigante, Nova Almeida, Santa Cruz e Riacho. Nosso primeiro Juiz, que chegou com grande festa em 15 de novembro, foi o Dr. Christiano Vieira.

Em 1926, a nossa cidade recebeu o benefício da eletricidade com o início do funcionamento da Usina Santa Terezinha, construída onde hoje é a Barragem. Em junho daquele ano, foi celebrada a primeira missa na matriz iluminada com luz elétrica.

Em 31 de dezembro de 1943, pelo Decreto-Lei estadual nº 15.177, o nosso município passou a se chamar Ibiraçu.

Em 1947, a estrada de ferro deixou de passar pela cidade e foi para o traçado de hoje, por Aricanga. Em 1º de setembro daquele ano circulou o último trem pelo trajeto antigo.

Em 1964, foi inaugurado o Seminário Comboniano Nossa Senhora da Saúde, ainda hoje a maior edificação do nosso município. A construção se iniciou em 1957 e foi tocada pelos missionários combonianos que haviam chegado à cidade em 1954. O povo ajudou muito a construir aquele belo edifício que domina a paisagem de nossa cidade.  

Em 11 de maio de 1988, com a lei estadual nº 4076, foi criado o Município de João Neiva. Na verdade, foram criados dois municípios, dividindo o antigo ao meio. O novo Município de Ibiraçu manteve o nome e ficou como é hoje, com um território menor. Desta data para frente, as duas cidades, que nutriam uma enorme rivalidade bairrista, passaram a ter vidas próprias e separadas administrativamente e politicamente.

                                            

                                            Geremias Pignaton

                                          Professor - Historiador

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